A Ribeira de Muge fica situada na orla de um dos maiores desertos humanos de Portugal, a floresta de Entre-Muge-e-Sorraia. Esta região pode exibir ainda hoje uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente a rude cultura dos pastores, cabreiros e dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia persegue, "subindo ao povo", como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e divulga.

terça-feira, 1 de abril de 2014

HÁ FESTA EM PAÇO DOS NEGROS

Depois de muita insistência popular, todo o povo de Paço dos Negros, amigo e conhecedor da história do seu paço se levantou contra este desprezo, finalmente se começa a dar importância a este monumento do século XVI e às figuras que por ele passaram.

Sabemos que vai em breve ser inaugurado no Paço da Ribeira de Muge um busto ao seu primeiro titular plebeu, Manuel Francisco Fidalgo Júnior. Não conseguimos foi saber a data. Tirámos uma foto enquanto descarregavam a obra de arte.
Além do busto, enorme, trocaram a placa que anunciava “o pórtico” pela verdade histórica “Paço da Ribeira de Muge”. Não se pedia tanto. Podiam ter feito obra mais comedida.
Quem será o autor de estátua tão altamente? Já ouvi alguns populares, que o homenageado conheceram, dizerem: “Está mesmo parecidinho”. Realmente é ele, chapadinho.

O povo de Paço dos Negros está eternamente agradecido Parabéns pois aos que concretizaram esta excelente ideia. Mas mais vale mais tarde que nunca.


foto antiga do malfadado lóbi do Restopórtico.


foto de Manuel Francisco Fidalgo Júnior, princípio do século 20.



domingo, 30 de março de 2014

Gago Coutinho e Sacadura Cabral, quem se recorda?

Encontrei há dias esta pérola, "perdida" aqui por estas terras da Ribeira de Muge. Quem diria?. Como faz hoje anos (30 de Março de 1922) que Gago Coutinho e Sacadura Cabral iniciaram a sua histórica viagem, aqui fica a recordação.

Clique para ouvir:

https://dl.dropboxusercontent.com/u/4453889/Gago%20Coutinho.mp3

sábado, 22 de março de 2014

Dia dos Moinhos Abertos

Preparação Dia dos Moinhos Abertos, a 5, 6, e 7 de Abril.
Pela primeira vez o concelho de Almeirim, com o moinho do Fidalgo, no Paço Real da Ribeira de Muge, em Paço dos Negros, vai fazer parte deste evento a nível nacional.

Olhem, quem corre por gosto... e só assim vale a pena viver a vida.




Academia Itinerarium XIV da Ribeira de Muge começou hoje a preparar o Dia dos Moinhos Abertos, procedendo à limpeza do Moinho do Fidalgo, que irá albergar este evento nos próximos dias 5, 6 e 7 de Abril. Foi limpo tanto o interior como parte do exterior.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Nos 500 anos da conclusão do Paço Real da Ribeira de Muge

Com a devida vénia do blog: http://embuscadopatrimonio.blogspot.pt/2014/03/iii-o-paco-desaparecido-nos-500-anos-da.html

Uma parte substancial do Paço Real da Ribeira de Muge desapareceu. A parte desaparecida é talvez aquela que poderia ter um interesse maior: a parte residencial. Contudo, foram postos a vista os vários alicerces existentes. Castelo (2012) infere que é possível que o paço tenha tido apenas um piso, sendo por isso considerado uma construção térrea com “pequenos quartos com lareira e salões um pouco maiores, o que não sugere um ‘piso nobre’ e um ‘piso privado’” (Castelo, 2012: 10).

                                                          
 Aguarela que reconstitui o interior do Paço, de Maria Nélia Castelo.

Visto do pórtico de entrada, temos o pátio, à volta do qual corre um corredor à esquerda e em frente, o 
que sugere que seja esta a zona residencial (sendo a que mais desapareceu). Não existindo esse mesmo 
corredor à direita, e não nos esquecendo que as montarias e caçadas foram o principal e mais bem 
documentada razão para a construção deste paço, poderiam servir estes espaços para 
apoio a esta mesma atividade. Cavalariças, por exemplo seriam um espaço essencial à época, tanto mais que, 
não nos devemos esquecer, que o almoxarife que aqui tinha o seu ofício era obrigado a ter um cavalo, 
como referimos aqui

Aguarela que reconstituí o alçado sudeste do Paço, de Maria Nélia Castelo. São visíveis quatro bancos que se 
sabe que estiveram naquele local, ou que ainda lá estão.

Contudo, para além desta zona mais, digamos assim, residencial do paço, teremos de ter em consideração aquilo 
que se encontrava para lá dele. Em primeiro lugar, no alçado sudeste, virado para a Vala do Pomar, Castelo (2012)
 defende a existência de um corredor onde existiram vários bancos forrados a azulejos. Este possivelmente
 assentaria na estrutura ainda hoje existente, que suporta a barreira para a vala, e na qual são visíveis bicas de
 escoamento das águas.

Aguarela que reconstituí o alçado sudeste do Paço, de Maria Nélia Castelo. São aqui visíveis a Vala 
do Pomar, 
assim como os tanques de água e a cerca do Pomar Real. Faltará aqui a representação do Moinho de Cima, 
já fora da cerca, mas junto desta.

Para além disso, temos ainda a zona do pomar, e os tanques de água. O pomar era cercado, sendo a cerca 
ainda visível em alguns pontos. Na nomeação dos almoxarifes é frequentemente referida a existência de 
hortelões que estes eram obrigados a manter no paço. Seria aqui que exerceriam a sua função.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Eis o sinal da vergonha, que anuncia o Paço Real da Ribeira de Muge. 



A quem interessa esta aberração? Qual é o dever do historiador local ao ver tamanha aberração? 
Aberração que vem sendo alimentada pelo lóbi do restopórtico. No próprio portal da Câmara, que fazendo gala em ignorar o local e a sua historia, há décadas que divulga o erro, e que foi aumentado pela cópia e pelo plágio. Vejamos um breve incursão na net:

Apenas o pórtico ainda marca um símbolo da História de Almeirim que continua a desafiar o tempo e a pedir que a sua imagem não se perca no esquecimento.
http://www.cm-almeirim.pt/almeirim/Concelho/Historia/OPacoDosNegrosDaRibeiraDeMuge.htm

Do antigo Paço do século XVI, resta o pórtico que dava acesso ao pátio, coroado pelo escudo real.
2080-640 FAZENDAS DE ALMEIRIM
http://estilosdevida.rtp.pt/rtp/ruinas-do-paco-real-dos-negros-locais-a-visitar-almeirim-paco-dos-negros-fazendas-de-almeirim-640-1.html

Do antigo Paço do século XVI, resta o pórtico que dava acesso ao pátio, coroado pelo escudo real.
Paço dos Negros
2080-640 FAZENDAS DE ALMEIRIM 
http://www.lifecooler.com/portugal/patrimonio/RuinasdoPacoRealdosNegros

Pórtico de Paço dos Negros - Do antigo Paço, construído no séc. XVI, apenas resta a magnífica portada que daria acesso ao pátio. in "Folheto Turístico", Região de Turismo do Ribatejo
http://www.ribatejo.com/ecos/almeirim/ampatrimonio.html

Património cultural e edificado: Pórtico de Paço dos Negros.
http://www.europamoraaqui.ludicom.pt/dvd/works/santarem-e.b.faza.his2.pdf

Pórtico de Paço dos Negros – Almeirim. Foi erigido no ano de 1512… http://www.jornaldasautarquias.com/pages/31/index.php?page=cultura_vfx

Edificado num espaço tipicamente originário, resta apenas deste atraente local do séc.: XVI, o pórtico e o próprio nome de Paço dos Negros,
http://www.distritosdeportugal.com/santarem/fazendas_almeirim/index.htm

Pórtico de Paço dos Negros
Na Raposa, [NA VERDADE FAZENDAS DE ALMEIRIM] a 13km do centro, encontramos os restos do Paço refeito por D. Manuel I, no século XVI, precisamente em 1512, [na verdade 1511] atestado pela carta do Rei ao seu escudeiro Diogo Rodrigues. Sobrou uma magnífica portada que daria acesso ao pátio…
(Neste, se põe o Paço na Raposa, por outro lado põe o Convento da Serra na freguesia de Fazendas.)
http://www.agenda.pt/iframe.php?subcat=ALMEIRIM

Na Raposa, [NA VERDADE FAZENDAS DE ALMEIRIM] a 13km do centro, encontramos os restos do Paço refeito por D. Manuel I, no século XVI. Sobrou uma magnífica portada
http://www.inportugal-tourism.com/visitaralentejo.htm#almeirim

Destaque para a Igreja Matriz, o Pórtico do Paço dos Negros
http://www.pintolopesviagens.com/pdf/2010/carnaval_pascoa.pdf

Em Almeirim, quase ninguém conhece o Paço real. Mesmo gente culta lhe chama depreciativamente, "o Pórtico".

Resultado: O lóbi do restopórtico já teve filhos. Espúrios. Que nos envergonham. Eis um deles:



Espera-se que esta nova vereação não incorra nos mesmos erros e manhas da anterior, de ignorância e desprezo por este monumento que, no concelho, representa a época de maior glória da história nacional. Que mandem retirar a malfadada placa, o anunciem com verdade, cuidem do Paço, da Capela de S. João Baptista, que bem merece um telhado novo onde não entre a chuva e os pardais, o classifiquem de interesse municipal; e já agora corrijam ou apaguem o sítio da Câmara. Desde 2011, existe um livro de que podem servir-se para corrigir. É só procurá-lo.