Com a devida vénia do blog: http://embuscadopatrimonio.blogspot.pt/2014/03/iii-o-paco-desaparecido-nos-500-anos-da.html
Uma parte substancial do Paço Real da Ribeira de Muge desapareceu. A parte desaparecida é talvez aquela que poderia ter um interesse maior: a parte residencial. Contudo, foram postos a vista os vários alicerces existentes. Castelo (2012) infere que é possível que o paço tenha tido apenas um piso, sendo por isso considerado uma construção térrea com “pequenos quartos com lareira e salões um pouco maiores, o que não sugere um ‘piso nobre’ e um ‘piso privado’” (Castelo, 2012: 10).
Aguarela que reconstitui o interior do Paço, de Maria Nélia Castelo.
Visto do pórtico de entrada, temos o pátio, à volta do qual corre um corredor à esquerda e em frente, o
que sugere que seja esta a zona residencial (sendo a que mais desapareceu). Não existindo esse mesmo
corredor à direita, e não nos esquecendo que as montarias e caçadas foram o principal e mais bem
documentada razão para a construção deste paço, poderiam servir estes espaços para
apoio a esta mesma atividade. Cavalariças, por exemplo seriam um espaço essencial à época, tanto mais que,
não nos devemos esquecer, que o almoxarife que aqui tinha o seu ofício era obrigado a ter um cavalo,
como referimos aqui.
que sugere que seja esta a zona residencial (sendo a que mais desapareceu). Não existindo esse mesmo
corredor à direita, e não nos esquecendo que as montarias e caçadas foram o principal e mais bem
documentada razão para a construção deste paço, poderiam servir estes espaços para
apoio a esta mesma atividade. Cavalariças, por exemplo seriam um espaço essencial à época, tanto mais que,
não nos devemos esquecer, que o almoxarife que aqui tinha o seu ofício era obrigado a ter um cavalo,
como referimos aqui.
Aguarela que reconstituí o alçado sudeste do Paço, de Maria Nélia Castelo. São visíveis quatro bancos que se
sabe que estiveram naquele local, ou que ainda lá estão.
Contudo, para além desta zona mais, digamos assim, residencial do paço, teremos de ter em consideração aquilo
que se encontrava para lá dele. Em primeiro lugar, no alçado sudeste, virado para a Vala do Pomar, Castelo (2012)
defende a existência de um corredor onde existiram vários bancos forrados a azulejos. Este possivelmente
assentaria na estrutura ainda hoje existente, que suporta a barreira para a vala, e na qual são visíveis bicas de
escoamento das águas.
Aguarela que reconstituí o alçado sudeste do Paço, de Maria Nélia Castelo. São aqui visíveis a Vala
do Pomar,
assim como os tanques de água e a cerca do Pomar Real. Faltará aqui a representação do Moinho de Cima,
já fora da cerca, mas junto desta.
Para além disso, temos ainda a zona do pomar, e os tanques de água. O pomar era cercado, sendo a cerca
ainda visível em alguns pontos. Na nomeação dos almoxarifes é frequentemente referida a existência de
hortelões que estes eram obrigados a manter no paço. Seria aqui que exerceriam a sua função.