A Ribeira de Muge fica situada na orla de um dos maiores desertos humanos de Portugal, a floresta de Entre-Muge-e-Sorraia. Esta região pode exibir ainda hoje uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente a rude cultura dos pastores, cabreiros e dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia persegue, "subindo ao povo", como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e divulga.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Trajes da Academia da ribeira de Muge - Os safões

Estranho é que hoje, mesmo os que nesta região se dizem preservadores e divulgadores da cultura popular, não dêem o devido valor ao que de melhor e mais representativo têm e de que qualquer povo, consciente, se  pode orgulhar. E na zona da ribeira de Muge, zona de transição com o Alemtejo, muito usada foi esta vestimenta:

os safões.

Eis o que nos diz Madalena Braz Teixeira: «... feitos de peles de animais. A cobertura de peles, de raiz pré-histórica, permanece no traje do pastor da Serra da Estrela e nos pelicos e safões alentejanos. Ambas a indumentárias são masculinas e correspondem ao acto nómada do homem, acompanhando a transumância dos animais. Facto que, hoje em dia, continua a acontecer, através da condução dos rebanhos das planícies para as terras mais altas. Estas peças constituem as formas mais primitivas e arcaicas do traje regional, tendo as suas origens no Paleolítico».


Cedidos à Academia por Maria Odete Baptista do Arneiro da Volta