Estranho é que hoje, mesmo os que nesta região se dizem preservadores e divulgadores da cultura popular, não dêem o devido valor ao que de melhor e mais representativo têm e de que qualquer povo, consciente, se pode orgulhar. E na zona da ribeira de Muge, zona de transição com o Alemtejo, muito usada foi esta vestimenta:
os safões.
Eis o que nos diz Madalena Braz Teixeira: «... feitos de peles de animais. A cobertura de peles, de raiz pré-histórica, permanece no traje do pastor da Serra da Estrela e nos pelicos e safões alentejanos. Ambas a indumentárias são masculinas e correspondem ao acto nómada do homem, acompanhando a transumância dos animais. Facto que, hoje em dia, continua a acontecer, através da condução dos rebanhos das planícies para as terras mais altas. Estas peças constituem as formas mais primitivas e arcaicas do traje regional, tendo as suas origens no Paleolítico».
Cedidos à Academia por Maria Odete Baptista do Arneiro da Volta