A Ribeira de Muge fica situada na orla de um dos maiores desertos humanos de Portugal, a floresta de Entre-Muge-e-Sorraia. Esta região pode exibir ainda hoje uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente a rude cultura dos pastores, cabreiros e dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia persegue, "subindo ao povo", como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e divulga.

terça-feira, 16 de junho de 2015

A Capela de S. João Baptista

O lançamento da monografia A Capela de S. João Baptista é a oportunidade de a Academia apresentar um programa inédito, baseado em recolhas tanto de História, como de canções que vêm de muitos séculos passados, a recordar um passado de escravos deste Paço.



sábado, 13 de junho de 2015

Os 500 anos do almoxarifado de Antão Fernandes

Com a devida vénia ao Blogue de Samuel Tomé, Em busca do património.

Assinalam-se hoje os 500 anos do almoxarifado de Antão Fernandes

Não temos conhecimento da data exata da nomeação de Antão Fernandes como almoxarife do Paço Real da Ribeira de Muge, se é que teve uma nomeação oficial. No final de 1514 o cargo de almoxarife ainda era exercido por Diogo Rodrigues, que já fora almoxarife das obras, desde 1511. Data de 13 de junho de 1515 o documento apresentado e transcrito abaixo, em que Antão Fernandes assume receber 300$000 réis da Casa da Mina para pagamento de obras nos paços de Almeirim e da Ribeira de Muge. É neste documento que surge referido pela primeira vez como titular do almoxarifado do Paço Real da Ribeira de Muge, cargo para o qual houvera sido nomeado por Pedro Matela, Contador Mor de Santarém e Abrantes e Corregedor perpétuo da Vila de Almeirim. Talvez por ter sido nomeado por Pedro Matela, Antão Fernandes nunca teve um alvará de nomeação régia, como os restantes almoxarifes. Ou pelo menos é esta a razão mais plausível que podemos apontar para o facto de o desconhecermos.


Sejam certos os que esta carta virem como Antão Fernandes almoxarife dos Paços da Ribeira de Muge conheceu e confessou receber de Bastião de Vargas tesoureiro da Casa da Mina 300 mil réis por mandado de El-rei nosso senhor para despesa das obras de Almeirim e dos Paços da dita ribeira de Muge e por os ditos 300 mil réis ficaram carregados em receita sobre o dito Antão Fernandes, almoxarife por mandado do contador Pedro Matela, e vedor das obras do dito senhor, por Francisco Dias escrivão do almoxarifado de Santarém a 13 dias de Junho. Ano de mil quinhentos e quinze.
CC, 2, mac 58, fol.60

Antão Fernandes foi nomeado em maio de 1504 como escrivão do Almoxarifado de Almeirim, sendo designado numa carta de D. Manuel I como Moço do Monte. Enquanto exerceu o cargo no Paço Real da Ribeira de Muge, onde estava obrigado a viver em permanência, obteve autorização do rei para construir um moinho no Vale João Viegas, que acreditamos que seja um dos que chegou ao início do séc. XX. Morreu no exercício deste cargo, por volta de 1522 (é neste ano que é nomeado Luís Mota como almoxarife do Paço Real da Ribeira de Muge, por morte de Antão Fernandes).

Reprodução da Assinatura de Antão Fernandes

Assinalam-se hoje os 500 anos do almoxarifado de Antão Fernandes

Não temos conhecimento da data exata da nomeação de Antão Fernandes como almoxarife do Paço Real da Ribeira de Muge, se é que teve uma nomeação oficial. No final de 1514 o cargo de almoxarife ainda era exercido por Diogo Rodrigues, que já fora almoxarife das obras, desde 1511. Data de 13 de junho de 1515 o documento apresentado e transcrito abaixo, em que Antão Fernandes assume receber 300$000 réis da Casa da Mina para pagamento de obras nos paços de Almeirim e da Ribeira de Muge. É neste documento que surge referido pela primeira vez como titular do almoxarifado do Paço Real da Ribeira de Muge, cargo para o qual houvera sido nomeado por Pedro Matela, Contador Mor de Santarém e Abrantes e Corregedor perpétuo da Vila de Almeirim. Talvez por ter sido nomeado por Pedro Matela, Antão Fernandes nunca teve um alvará de nomeação régia, como os restantes almoxarifes. Ou pelo menos é esta a razão mais plausível que podemos apontar para o facto de o desconhecermos.


Sejam certos os que esta carta virem como Antão Fernandes almoxarife dos Paços da Ribeira de Muge conheceu e confessou receber de Bastião de Vargas tesoureiro da Casa da Mina 300 mil réis por mandado de El-rei nosso senhor para despesa das obras de Almeirim e dos Paços da dita ribeira de Muge e por os ditos 300 mil réis ficaram carregados em receita sobre o dito Antão Fernandes, almoxarife por mandado do contador Pedro Matela, e vedor das obras do dito senhor, por Francisco Dias escrivão do almoxarifado de Santarém a 13 dias de Junho. Ano de mil quinhentos e quinze.
CC, 2, mac 58, fol.60

Antão Fernandes foi nomeado em maio de 1504 como escrivão do Almoxarifado de Almeirim, sendo designado numa carta de D. Manuel I como Moço do Monte. Enquanto exerceu o cargo no Paço Real da Ribeira de Muge, onde estava obrigado a viver em permanência, obteve autorização do rei para construir um moinho no Vale João Viegas, que acreditamos que seja um dos que chegou ao início do séc. XX. Morreu no exercício deste cargo, por volta de 1522 (é neste ano que é nomeado Luís Mota como almoxarife do Paço Real da Ribeira de Muge, por morte de Antão Fernandes).

Reprodução da Assinatura de Antão Fernandes

sexta-feira, 12 de junho de 2015

COMUNICADO: Lançamento de monografia “A Capela de S. João Baptista” & 500 anos do Almoxarifado de Antão Fernandes


No próximo dia 27 de junho, pelas 16.30h, no Paço Real da Ribeira de Muge, a Academia Itinerarium XIV irá comemorar o S. João, com o lançamento de uma pequena monografia de Manuel Evangelista. Esta tem como título “A Capela de S. João Baptista”, sendo o estudo do autor sobre os vários elementos históricos e sociais sobre este edifício do séc. XVI, que chegou aos nossos dias. A par disto, será evocado o almoxarifado de Antão Fernandes, cuja primeira referência conhecida data de 13 de junho de 1515, assinalando neste ano os seus 500 anos. Esta celebração contará com momentos musicais e quadras teatrais em honra do Rei Preto, a mais mítica figura de Paço dos Negros.

Contaremos neste dia com a presença da escritora Deana Barroqueiro, nacionalmente reconhecida, autora de romances históricos, um dos quais, D. Sebastião e o Vidente, aborda a passagem deste monarca por este local. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015