A Ribeira de Muge fica situada na orla de um dos maiores desertos humanos de Portugal, a floresta de Entre-Muge-e-Sorraia. Esta região pode exibir ainda hoje uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente a rude cultura dos pastores, cabreiros e dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia persegue, "subindo ao povo", como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e divulga.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Nos 500 anos da conclusão do Paço Real da Ribeira de Muge

Com a devida vénia do blog: http://embuscadopatrimonio.blogspot.pt/2014/03/iii-o-paco-desaparecido-nos-500-anos-da.html

Uma parte substancial do Paço Real da Ribeira de Muge desapareceu. A parte desaparecida é talvez aquela que poderia ter um interesse maior: a parte residencial. Contudo, foram postos a vista os vários alicerces existentes. Castelo (2012) infere que é possível que o paço tenha tido apenas um piso, sendo por isso considerado uma construção térrea com “pequenos quartos com lareira e salões um pouco maiores, o que não sugere um ‘piso nobre’ e um ‘piso privado’” (Castelo, 2012: 10).

                                                          
 Aguarela que reconstitui o interior do Paço, de Maria Nélia Castelo.

Visto do pórtico de entrada, temos o pátio, à volta do qual corre um corredor à esquerda e em frente, o 
que sugere que seja esta a zona residencial (sendo a que mais desapareceu). Não existindo esse mesmo 
corredor à direita, e não nos esquecendo que as montarias e caçadas foram o principal e mais bem 
documentada razão para a construção deste paço, poderiam servir estes espaços para 
apoio a esta mesma atividade. Cavalariças, por exemplo seriam um espaço essencial à época, tanto mais que, 
não nos devemos esquecer, que o almoxarife que aqui tinha o seu ofício era obrigado a ter um cavalo, 
como referimos aqui

Aguarela que reconstituí o alçado sudeste do Paço, de Maria Nélia Castelo. São visíveis quatro bancos que se 
sabe que estiveram naquele local, ou que ainda lá estão.

Contudo, para além desta zona mais, digamos assim, residencial do paço, teremos de ter em consideração aquilo 
que se encontrava para lá dele. Em primeiro lugar, no alçado sudeste, virado para a Vala do Pomar, Castelo (2012)
 defende a existência de um corredor onde existiram vários bancos forrados a azulejos. Este possivelmente
 assentaria na estrutura ainda hoje existente, que suporta a barreira para a vala, e na qual são visíveis bicas de
 escoamento das águas.

Aguarela que reconstituí o alçado sudeste do Paço, de Maria Nélia Castelo. São aqui visíveis a Vala 
do Pomar, 
assim como os tanques de água e a cerca do Pomar Real. Faltará aqui a representação do Moinho de Cima, 
já fora da cerca, mas junto desta.

Para além disso, temos ainda a zona do pomar, e os tanques de água. O pomar era cercado, sendo a cerca 
ainda visível em alguns pontos. Na nomeação dos almoxarifes é frequentemente referida a existência de 
hortelões que estes eram obrigados a manter no paço. Seria aqui que exerceriam a sua função.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Eis o sinal da vergonha, que anuncia o Paço Real da Ribeira de Muge. 



A quem interessa esta aberração? Qual é o dever do historiador local ao ver tamanha aberração? 
Aberração que vem sendo alimentada pelo lóbi do restopórtico. No próprio portal da Câmara, que fazendo gala em ignorar o local e a sua historia, há décadas que divulga o erro, e que foi aumentado pela cópia e pelo plágio. Vejamos um breve incursão na net:

Apenas o pórtico ainda marca um símbolo da História de Almeirim que continua a desafiar o tempo e a pedir que a sua imagem não se perca no esquecimento.
http://www.cm-almeirim.pt/almeirim/Concelho/Historia/OPacoDosNegrosDaRibeiraDeMuge.htm

Do antigo Paço do século XVI, resta o pórtico que dava acesso ao pátio, coroado pelo escudo real.
2080-640 FAZENDAS DE ALMEIRIM
http://estilosdevida.rtp.pt/rtp/ruinas-do-paco-real-dos-negros-locais-a-visitar-almeirim-paco-dos-negros-fazendas-de-almeirim-640-1.html

Do antigo Paço do século XVI, resta o pórtico que dava acesso ao pátio, coroado pelo escudo real.
Paço dos Negros
2080-640 FAZENDAS DE ALMEIRIM 
http://www.lifecooler.com/portugal/patrimonio/RuinasdoPacoRealdosNegros

Pórtico de Paço dos Negros - Do antigo Paço, construído no séc. XVI, apenas resta a magnífica portada que daria acesso ao pátio. in "Folheto Turístico", Região de Turismo do Ribatejo
http://www.ribatejo.com/ecos/almeirim/ampatrimonio.html

Património cultural e edificado: Pórtico de Paço dos Negros.
http://www.europamoraaqui.ludicom.pt/dvd/works/santarem-e.b.faza.his2.pdf

Pórtico de Paço dos Negros – Almeirim. Foi erigido no ano de 1512… http://www.jornaldasautarquias.com/pages/31/index.php?page=cultura_vfx

Edificado num espaço tipicamente originário, resta apenas deste atraente local do séc.: XVI, o pórtico e o próprio nome de Paço dos Negros,
http://www.distritosdeportugal.com/santarem/fazendas_almeirim/index.htm

Pórtico de Paço dos Negros
Na Raposa, [NA VERDADE FAZENDAS DE ALMEIRIM] a 13km do centro, encontramos os restos do Paço refeito por D. Manuel I, no século XVI, precisamente em 1512, [na verdade 1511] atestado pela carta do Rei ao seu escudeiro Diogo Rodrigues. Sobrou uma magnífica portada que daria acesso ao pátio…
(Neste, se põe o Paço na Raposa, por outro lado põe o Convento da Serra na freguesia de Fazendas.)
http://www.agenda.pt/iframe.php?subcat=ALMEIRIM

Na Raposa, [NA VERDADE FAZENDAS DE ALMEIRIM] a 13km do centro, encontramos os restos do Paço refeito por D. Manuel I, no século XVI. Sobrou uma magnífica portada
http://www.inportugal-tourism.com/visitaralentejo.htm#almeirim

Destaque para a Igreja Matriz, o Pórtico do Paço dos Negros
http://www.pintolopesviagens.com/pdf/2010/carnaval_pascoa.pdf

Em Almeirim, quase ninguém conhece o Paço real. Mesmo gente culta lhe chama depreciativamente, "o Pórtico".

Resultado: O lóbi do restopórtico já teve filhos. Espúrios. Que nos envergonham. Eis um deles:



Espera-se que esta nova vereação não incorra nos mesmos erros e manhas da anterior, de ignorância e desprezo por este monumento que, no concelho, representa a época de maior glória da história nacional. Que mandem retirar a malfadada placa, o anunciem com verdade, cuidem do Paço, da Capela de S. João Baptista, que bem merece um telhado novo onde não entre a chuva e os pardais, o classifiquem de interesse municipal; e já agora corrijam ou apaguem o sítio da Câmara. Desde 2011, existe um livro de que podem servir-se para corrigir. É só procurá-lo.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Jesuína Vitória Uma Mulher da Ribeira de Muge


O livro “Jesuína Vitória uma Mulher da Ribeira de Muge”, no prelo, abre a colectânea “Mulheres da Ribeira de Muge”. Esta é apenas uma forma simples encontrada para homenagear as mulheres sábias e simples do povo, ignoradas pelos poderes, subindo ao povo, registando e certificando a sua matriz cultural. Neste caso, o povo da Ribeira de Muge.
Pensamos que outras (os) se seguirão. É um desafio que abraçámos.

Capa do livro, "Jesuína Vitória uma Mulher da Ribeira de Muge".




Três peças do Romanceiro medieval, inseridas no livro, que Jesuína Vitória  através dos tempos trouxe até nós. Obrigado Jesuína Vitória.


O Anel de Sete Pedras
.https://dl.dropboxusercontent.com/u/4453889/2.%20%20A%20O%20anel%20de%20sete%20pedras.mp3


O Soldadinho
https://dl.dropboxusercontent.com/u/4453889/O%20Soldadinho.mp3



O Conde da Alemanha
https://dl.dropboxusercontent.com/u/4453889/4%20Conde%20da%20Alemanha.mp3


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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

D. Sebastião e o Paço dos Negros

D. Sebastião


retirado


Pórtico do Paço dos Negros e capela de S. João Baptista ao fundo.