sábado, 8 de dezembro de 2012
Paço dos Negros nascida dos Descobrimentos
RETIRADO
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Um contributo para o desenvolvimento sustentado da Ribeira de Muge
Trata-se de um trabalho muito completo sobre os moinhos desta ribeira, sua história desde o século xv, minucioso enquadramento nas diversas tipologias e uma visão interessante de como este riquíssimo património pode ser factor de desenvolvimento económico.
Está o Autor e também a Ribeira de Muge de parabéns.
sábado, 24 de novembro de 2012
Paço dos Negros, a Tacubis das Tábuas de Ptolomeu - uma forte hipótese
Fazendo uma análise relacional das coordenadas de Ptolomeu, Tacubis com os valores de 6º, 20´; 40º, 45´. De Scalabis, 15´a sul e 20´para leste. De Ebora, 55´ a norte e 40´ para oeste, assenta Tacubis muito próximo do local da Paço dos Negros actual.
Évora com as coordenadas 39º,50´ de latitude norte, Santarém 41º,00´ (40º, 55´ em Saa), Tacubis 40º,45´: Dista Évora de Santarém, por estrada, cerca de 120 km. Paço dos Negros dista 100 km de Évora e 20 de Santarém. Ambas as distâncias confirmam uma relação correcta das coordenadas, pois atestam a conformidade de a cada grau de latitude corresponder cerca de 110 km. O que não acontece em relação à região de Abrantes.
Mário Saa que afirma a via XIV do Itinerarium assentando na ribeira de Muge, teria considerado correctamente Tacubis a sudeste de Scalabis. Parece-nos, todavia, que o principal erro de Saa reside em ter considerado, contra todas as evidências, e segundo os mais respeitados estudiosos do tema, Scalabis em Tomar. (ver mapa, pág. 31).
(do Livro Paço dos Negros da Ribeira de Muge-A Tacubis Romana)
domingo, 18 de novembro de 2012
O pão
A propósito de uma questão de trânsito em Almeirim, aliás (não) resolvida do modo mais sábio e saboroso.
Segundo o sociólogo alemão, Norbert Elias, o pão revela toda a cultura de um povo. Diz ele que, entrando numa padaria, fica-se a conhecer o seu presente, mas também todo o seu passado.
Desde sempre o pão na nossa cultura se reveste de uma dignidade própria. Quem não se lembra de ver os nossos pais e avós (ou não o pratica) que, ao cair ao chão um pedaço de pão o apanhavam e, beijando-o, o aproveitavam. De terem o cuidado de nunca deixarem o pão virado de costas.
A própria etimologia da palavra pão nos revela a dignidade e riqueza associadas às palavras estruturantes da sociedade, como pai, pátria, patrão, padeiro, padrinho, papa, etc.
O sociólogo Fernand Braudel, por sua vez, distingue o processo evolutivo da humanidade, em três grandes civilizações, cada uma delas associada basicamente a uma espécie de cereal, durante milénios, que considera plantas de civilização: A asiática ligada ao arroz, a ameríndia ligada à cultura do milho e a europeia que nasceu no Crescente Fértil, herdeira da cultura do trigo, a que associa o que considera o superior desenvolvimento da sociedade ocidental pelas propriedades alimentares deste cereal.
Hoje a sociedade é essencialmente prática e funcional, o simbólico não é percebido ou não tem lugar, pelo que podem parecer, estas divagações, não aplicáveis nos dias que correm.
Mas não é assim. O simbolismo do pão continua presente na nossa cultura.
Vêm estas considerações a propósito do tratamento diferenciado que a nossa sociedade continua a dar a locais onde o pão (e seus derivados) é rei e senhor.
Experimente o meu caro visitante deste blogue passar em Almeirim, pela rua Condessa da Junqueira e veja em frente à padaria ali existente os carros estacionados em cima dos passeios, o trânsito não raro parado, enquanto os seus proprietários se abastecem de um aromático pão quentinho, ou se deliciam com um saboroso bolo e um cafezinho, com toda a compreensão da sociedade.
Pão acabado de cozer. Foto desse ritual, há 4 anos, em casa da senhora do meio, que faria agora 100 anos.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Contos de Entre-Muge-E-Sorraia.
A todos os amigos que gostam destas coisas da cultura popular, quero agradecer o apoio que deram ao livro Histórias Ferroviárias.
Terminada esta tarefa (falta apenas entregar meia dúzia), é preciso passar a outra etapa.
Alguém disse que a cultura local, sendo genuína, é o que há de mais universal.
Por isso, quero comunicar que ainda antes do Natal vai sair o livro Contos de Entre-Muge-E- Sorraia.
Trata-se de um livro de contos populares, recolhidos entre as gentes rudes deste recanto do nosso país, região de caseiros, cabreiros, porqueiros, a que Mário Saa chamou “o maior deserto humano de Portugal”, o triângulo Almeirim, Coruche, Ponte de Sor, que abraçam toda uma cultura rude mas fabulosa: contos simples e rudes mas cheios de uma sabedoria ancestral, contos jocosos, maravilhosos, fábulas mitológicas, humorísticas, morais.
São contos situados geograficamente, mas que na realidade vão beber ao imaginário da humanidade inteira; porém, algum valor se o tem, provém de se tratar de uma (re)criação local: contos nos quais as gentes, os animais autóctones, os lobos, as raposas, as cegonhas, os burros, os sapos…, são omnipresentes. Região tão genuína ainda que, até a toponímia, como nenhuma outra, vive do nome dos animais.
A edição é muito limitada, é de colecção, 75 exemplares, pois o que me interessa é a publicação, o registo da cultura desta minha terra e da minha gente, com dignidade, sem pedir favores que são sempre tolhedores do progresso e da liberdade criativa. O preço é de 5 euros.
Índice DO LIVRO
PREFÁCIO 7
O REAL CAVALO MOUFÃO 9
OS OITO TOSTÕES 11
DÁ A MOSCA NOS HOMENS 13
O JUÍZO, O VENTO E O ORVALHO 15
PORQUE É ETERNO O POUCO-JUÍZO 16
AMIGOS, AMIGOS, NEGÓCIOS À PARTE! 19
UM PADRINHO NA BEIRA 20
OS GALEGOS, OS BARRÕES, OS BIMBOS, OS CARAMELOS E OS GAIBÉUS 21
OS CIENTISTAS E O BURRO SABICHÃO 23
A CASA DA ALORNA. QUEM LÁ VAI… 24
O PEIXE AZUL 28
O PINTO DAS ANDARILHAS DE PAU 31
A VELHA DA CABAÇA 33
O BURRO, A FOICE E O GALO 34
O PRÍNCIPE RAMOS-VERDES 38
OS DOIS IRMÃOS E A PRINCESA 42
A PRINCESA E O CABREIRO 44
O JOÃO DAS PATETICES 46
SÓ UM SALAMIM 48
O MAIO GRANDE 50
O EMPRÉSTIMO 53
A FLAUTA MÁGICA 54
A VELHA E O SAPATEIRO 56
O ZÉ MATIAS 58
O APOSTADOR 59
O ZÉ MOCHO 60
A BURRA CARREGA-SE ATÉ CAIR 61
O GALO 62
O RATO, A RÃ E O BESOURO 63
O MAL DA FRUTA 64
JÁ VIRAM ISTO? 65
A GRAVATA 66
OS VELHOS ZANGADOS OU O GATO NABULALÁ 67
AS LUVAS DE PELE DE OURIÇO 68
A MANTA REPARTIDA 70
O LAVRADOR E AS FIGUEIRAS-DO-INFERNO 72
A CASA GRANDE DEMAIS 73
UMA TROVOADA SANTA 75
A RACHINHA 77
A PRAGA 79
A REVOLUÇÃO EM ALMEIRIM 80
AS ALMAS DO OUTRO MUNDO 81
ERA SERVIÇO QUE SE HAVERA DE FAZER… 83
AS APARÊNCIAS ILUDEM 85
O COMPADRE RICO E O COMPADRE POBRE 86
OS POBRES RICALHAÇOS 88
A GUITARRA 89
A PELE DA BURRA 91
O BORRIFINHO E O BORRIFALHO 93
O CAÇARRETA 95
OS BICHINHOS BILROS 97
DOMINGOS OVELHA 99
O PADRE SARRAZOLA 100
PASSARINHO TRIGUEIRO 101
O PATRÃO DIZ QUE VÁ, JÁ, JÁ 102
A ALMINHA PERDIDA 103
O BACALHAU ESTRAGADO 104
AS VIZINHAS, OS CARAPAUS E O GATO 105
O REI DE BOA BOCA 107
O REI, O PADRE E A GALINHA 109
O REI E O PRISIONEIRO 110
OS FIGOS DO REI 111
A CIGARRA BANDARRA E A FORMIGA RABIGA 112
A RAPOSINHA GAITEIRA 113
O PORCO E O BURRO 114
DEZOITO POR CIMA DO MOIO! OU A LEBRE E O SAPO 115
O RATO E A RÃ 118
O HOMEM E O LOBO 119
VOZES DE BURRO 120
A RAPOSA E O BURRO 121
A RAPOSA RABICHA E O CÃO 122
O MELRO E A RAPOSA 123
A RAPOSA E O LOBO 125
O LOBO E A RAPOSA 128
O LEÃO E A VACA 129
UM BAILE NO CÉU, OU A RAPOSA E A CEGONHA 130
O CARNEIRO E O GATO 132
O BURRO, O CÃO, O GATO E O GALO. 134
O GALO E A RAPOSA 136
A RAPOSA E O MOCHO 137
O LOBO E O CORDEIRO 138
A RAPOSA, O SARDINHEIRO E O LOBO 139
LISTA DE INFORMANTES 140
Capa do livro