PAÇO REAL DA RIBEIRA DE MUGE
1511
Interior do desvirtuado Pátio, ocupado por construções. (uma casa de banho já foi demolida).
Maqueta representativa do Paço no século XVI.
Que me conste, não haverá no país outra aberração que se compare.
Segundo confirmação junto das mulheres mais velhas, as caralhotas nasceram de as crianças pedirem às mães um bolo, e estas raparem, aproveitando os restos de massa do fundo e bordos do alguidar. Massa que enrolavam, esfregando com as mãos. Porque estes restos de massa eram mais rijos, faziam uma espécie de rolo sobrecomprido, com que as crianças se deliciavam. Este formato sobrecomprido, que modernamente se designa de baguete, nestas pessoas simples e rudes, é que lhe deu o nome de “caralhota”.
Pelo dito, pensa o autor que a caralhota nunca poderá ser um pão redondo, tipo merendeira.
Com o tempo, e maior desafogo económico, passou a usar-se a massa normal do alguidar.
Quem escreve estas linhas, ele próprio nos anos 50, pedia a sua tia Joaquina que lhe fizesse uma caralhota, por vezes até ajudava a rapar a massa do alguidar, pois a mãe apenas cozia pão de milho.
Fornada de pão, acabado de deitar, com algumas caralhotas.
Cesto com caralhotas.
Com a devida vénia, retirado do blog “Nós somos capazes”
Escusado será repetir que foi o próprio poder político vigente em Almeirim, inclusive os autarcas das freguesias que têm a responsabilidade da preservação dos recursos dos seus territórios, que votando como votaram originaram esta situação.
ALMEIRIM PORQUE NÃO HÁ UM PROJECTO REABILITAÇÃO DA RIBEIRA DE MUGE?
A Ribeira de Muge, atravessa todo o Concelho de Almeirim, mas nasce no concelho de Abrantes, atravessa a Chamusca, Almeirim e vai desaguar no Tejo no concelho de Salvaterra de Magos (junto a Muge), outrora constituiu uma via fluvial de enorme importância para toda esta vasta área (pesca, água potável, e rega de várias culturas), hoje o seu “abandono é notório, a mesma encontra-se num estado de degradação ambiental e necessitar de uma intervenção urgente de reabilitação ambiental, nomeadamente a erradicação de vegetação invasora com aplicação de herbicidas, limpeza do leito com remoção de árvores caídas, desflorestação, poda selectiva, remoção de resíduos, desobstrução e desassoreamento, bem como a consolidação das margens em toda a sua extensão.
Não deixa de ser muito “estranho”, ou talvez não tanto, como é possível que as Câmaras, em especial a de Almeirim, não desenvolva os maiores esforços, tendo em vista a realização de obras de reabilitação deste importante recurso fluvial, através de um projecto de empreitada que deveria incidir, essencialmente, na limpeza e desobstrução das linhas de água, transversal a todos os concelhos, consideradas como sendo "zonas de risco" num cenário de inundação em período de chuvas, com vista a acautelar e prevenir eventuais inundações, a aplicação de herbicidas e erradicação de vegetação invasora, desobstrução e desassoreamento de árvores caídas da florestação e resíduos. Uma única razão a “desertificação de ideias, numa revelação de incompetência, falta de capacidade, falta de ideias e de projectos para o desenvolvimento em especial do Município de Almeirim e falta de sentido da sua missão de serviço público por parte da “gestão politica” da maioria que “desgoverna” esta Câmara Municipal?
Não se entende porque não foi até hoje realizado um projecto intermunicipal, com apoio da Administração da Região Hidrográfica, das Câmaras Municipais abrangidas e da Agência Portuguesa do Ambiente, entidades a quem deverá ser apresentado este projecto de recuperação ambiental de modo a colher também os respectivos apoios comunitários e não ser suportado pelos respectivos municípios?