A Ribeira de Muge fica situada na orla de um dos maiores desertos humanos de Portugal, a floresta de Entre-Muge-e-Sorraia. Esta região pode exibir ainda hoje uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente a rude cultura dos pastores, cabreiros e dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia persegue, "subindo ao povo", como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e divulga.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Comunicado - Cultura Popular de Paço dos Negros – Portugal em Guerra(s)

Decorreu no dia 10 de Junho no Paço Real da Ribeira de Muge (Paço dos Negros – Almeirim) a iniciativa “Portugal em Guerra(s)”, que pretendeu assinalar os 100 anos do início da 1.ª Guerra Mundial e os 40 anos do final da Guerra Colonial. Nesta iniciativa, promovida pela Academia Itinerarium XIV, foi dado a conhecer as músicas e a poesia popular, recolhidas às pessoas mais idosas onde transparecem marcas culturais que os conflitos bélicos deixaram nesta comunidade rural ao longo do séc. XX.
Para além disto foram ainda protagonizados dois momentos teatrais, nomeadamente o Monólogo “Tempos de Fome” (que retrata a miséria e a fome no Portugal entre guerras) e a peça de teatro “O dia prodigioso” (que abordou a chamada para a Guerra Colonial de um rapaz). Foi ainda lido um excerto de “D. Sebastião e o Vidente”, de Deana Barroqueiro, passado no Paço Real da Ribeira de Muge, assim como declamados alguns sonetos do poeta Almeirinense Francisco Henriques, do seu livro “Cântico à Minha Terra”. Foi o público ainda brindado com a presença da escritora Sílvia Raposeira, que nos declamou alguns poemas da sua autoria.
A plateia esteve atenta e aplaudiu entusiasticamente o programa apresentado. Estiveram presentes variadas pessoas que vieram de fora, de propósito para assistir a esta programação cultural. Com esta manifestação a Academia sente-se essencialmente motivada para seguir os objectivos a que se propõe: defender e divulgar a cultura e o património das comunidades que vivem em torno da Ribeira de Muge (Paço dos Negros, Marianos, Raposa, entre outros).
A academia manifesta ainda o seu agradecimento a Sílvia Raposeira, por ter aceitado associar-se à Academia nesta iniciativa. 
Maria Claudina interpretando "António Domingos", uma música sobre um soldado daqui que morreu na 1.ª Guerra Mundial. 
Coro da Academia
Manuel Ferreira, declamando um poema da sua autoria, acerca da sua vida militar.
Monólogo "Tempos de Fome", interpretado por Catarina Fidalgo.
Sílvia Raposeira, declamando poesia da sua autoria.
Aquilino Fidalgo apresentando excerto de “D. Sebastião e o Vidente”
Aquilino e Samuel – Poema “Treme Tudo”
Abaixo: Peça de teatro "O Dia Prodigioso"

Algum do público que esteve presente.