A Ribeira de Muge fica situada na orla de um dos maiores desertos humanos de Portugal, a floresta de Entre-Muge-e-Sorraia. Esta região pode exibir ainda hoje uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente a rude cultura dos pastores, cabreiros e dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia persegue, "subindo ao povo", como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e divulga.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

FADO

NESTES DIAS EM QUE SE REJUBILA COM A CLASSIFICAÇÃO DO FADO COMO PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE, A ACADEMIA DA RIBEIRA DE MUGE OFERECE AOS VISITANTES DESTE BLOGUE, O FADO "ROSA ENJEITADA" VERSÃO ANOS 30, PRÉ GRANDE-GUERRA, CANTADO POR UMA SENHORA, SILVINA FIDALGO, NASCIDA EM 1919. FADO QUE MAIS TARDE, COM UMA LETRA, OUTRA, VEIO A SER POPULARIZADO PELA GRANDE MARIA TERESA DE NORONHA.

ROSA ENJEITADA

Eu fui aquela
Flor da viela
Uma mulher
Meus lábios dava
A quem passava
Para viver
Mas veio um dia
Em que senti
Um grande amor
Mas de paixão
Meu coração
Estalou de dor

Rosa enjeitada
P’la própria mãe
Foi desprezada
Sorte vil e malfadada
A negra vida lhe deu
Rosa enjeitada
Flor da lama,
Espezinhada
Afinal ó desgraçada
Quem és tu
Rosa enjeitada
Uma mulher que sofreu

Mas meu amante
A todo o instante
Eu soube honrar
E de galdéria
A mulher séria
Eu quis passar
Mas outra veio
E louca assim
Mo roubou
Horas fatais
Ele foi o mais
Que me enjeitou

Rosa enjeitada
P’la própria mãe
Foi desprezada…