A Ribeira de Muge fica situada na orla de um dos maiores desertos humanos de Portugal, a floresta de Entre-Muge-e-Sorraia. Esta região pode exibir ainda hoje uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente a rude cultura dos pastores, cabreiros e dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia persegue, "subindo ao povo", como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e divulga.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Diogo Rodrigues, 1º almoxarife

Diogo Rodrigues, uma história recambolesca?

Fora nomeado em 1511, por Pedro Matela, Contador de Santarém, almoxarife das Obras do Paço da Ribeira de Muge.

Em Fevereiro de 1514, foi a oficialização de almoxarife do Paço. Neste alvará, menciona de ordenado, tanto 5.000 réis como, logo a seguir, 8.000. (ver post de 8/11/2009).

Em Junho de 1515, numa Quitação, diz que Antão Fernandes (escrivão do Paço de Almeirim),  é nomeado  almoxarife do Paço da Ribeira de Muge, por mandado do contador Pedro Matela. (ver post de 9/11/2009).

No presente documento, da chancelaria de D. Manuel, livro 10, vemos que Diogo Rodrigues, almoxarife dos Paços da Ribeira de Muge, e que não o deixou, recebe uma tença de 8.000 reis, do ano de 1516. Tença que vem a ser paga até ao ano de 1530.
(Talvez explique a razão porque não aparece a nomeação pela chancelaria deste almoxarife Antão Fernandes.)

Dom Manuel por graça de Deus rei de Portugal etc. a quantos esta carta virem fazemos saber que querendo nós fazer graça e mercê a Diogo Roiz escudeiro da nossa casa almoxarife que foi dos nossos Paços da Ribeira de Muja, temos por bem e nos praz que de Janeiro do ano de 516 em diante ele tenha e haja de nós cada ano oito mil réis em dinheiro e um moio de trigo e isto nos praz assim por respeito do dito ofício que tinha e não o deixou e será enquanto nossa mercê for e porem mandamos aos vedores da nossa fazenda que do dito Janeiro em diante lhe façam assentar o dito dinheiro e trigo em nossos livros e dar dele carta cada ano para onde haja bom pagamento e por sua guarda e nossa lembrança lhe mandamos dar esta carta por nós assinada e selada do nosso selo pendente. Dada em Lisboa a 17 dias do mês de Setembro. Jorge Fernandes a fez ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil 517 anos.

Como se vê tramóias sempre parece tê-las havido neste Paço. Nada de novo ao cimo da Terra.