Assinatura de Antão Fernandes
Depois de em 2014 ter assinalado os 500 anos da
finalização do Paço Real da Ribeira de Muge, em 2015 irá a Academia assumir
como efeméride do ano a tomada de Antão Fernandes como almoxarife do Paço Real
da Ribeira de Muge.
Não temos conhecimento da data exata da sua
nomeação, se é que teve uma nomeação oficial. No final de 1514 o cargo de
almoxarife ainda era exercido por Diogo Rodrigues. Datado de 13 de junho de
1515, num documento em que Antão Fernandes assume receber 300$000 da Casa da
Mina para pagamento de obras nos paços de Almeirim e da Ribeira de Muge, surge
referido pela primeira vez como titular do almoxarifado do Paço Real da Ribeira
de Muge, cargo para o qual houvera sido nomeado por Pedro Matela, Contador Mor
de Santarém e Abrantes e Corregedor perpétuo da Vila de Almeirim. Talvez por
ter sido nomeado por Pedro Matela, Antão Fernandes nunca teve um alvará de
nomeação régia, como os restantes almoxarifes. Ou pelo menos é esta a razão
mais plausível que podemos apontar para o facto de o desconhecermos.
Reprodução do documento onde Antão Fernandes é designado pela primeira vez como almoxarife do Paço Real da Ribeira de Muge
Antão Fernandes foi nomeado em maio de 1504 como
escrivão do Almoxarifado de Almeirim. Enquanto exerceu o cargo no Paço Real da
Ribeira de Muge, onde estava obrigado a viver em permanência, obteve
autorização do rei para construir um moinho no Vale João Viegas, que
acreditamos que seja um dos que chegou ao início do séc. XX. Morreu no
exercício deste cargo, por volta de 1522 (é neste ano que é nomeado Luís Mota
como almoxarife do Paço Real da Ribeira de Muge, por morte de Antão Fernandes).