Todos os anos, a 27/28 de Julho o sol vem beijar as ruas da minha aldeia. Um fenómeno interessante. São cinco ruas, todas com a mesma direcção, paralelas, em linha recta, com inclinação suave, algumas de cerca de 4,5 kms, da ribeira de Muge à Serra de Almeirim. Foi a povoação delimitada no ano de 1815, foram rasgadas as ruas cerca de 1900, bem mereciam que a Câmara de Almeirim olhasse para esta situação privilegiada, de modo a fazer delas futuras amplas avenidas e não meros carreiros de cabras, entregues ao belo-prazer de cada habitante que por vezes se mostra mais ganancioso e ignorante que o vizinho.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Poema ao paço
Com a devida vénia ao blogue, “em busca do património”, de Samuel Tomé.
Nos 96 anos do nascimento de Francisco Henriques
Em homenagem ao poeta de Almeirim, defensor da história da sua terra, ou não a deixasse escrita, sob forma de sonetos, no Cântico à Minha Terra!
O Paço dos Negros
Contemplo estas ruínas seculares,
Restos mortais de um Paço majestoso:
Muro ameado e brasão do Venturoso
Ladeado por esferas armilares.
Agora, estes históricos lugares,
Paraíso perdido – e tão saudoso! –
Evocam, no abandono lastimoso,
Coutada, moinhos, hortas e pomares.
A Ribeira de Muge já não canta
Sob a janela manuelina, à Infanta,
Nem a trompa anuncia as montarias.
Até que um novo almoxarife assome
E afaste o mau presságio do teu nome,
Paços dos Negros, negros são teus dias.
Francisco Henriques, Cântico à Minha Terra
segunda-feira, 10 de junho de 2013
À atenção da Câmara de Almeirim
Ao escutar hoje o discurso do senhor Presidente da República, na defesa do nosso património histórico-cultural, e pensar no que poderia ser feito para valorizar e rentabilizar este monumento, claro que senti vergonha. Vergonha pelo modo como um monumento único da história de Portugal, o Paço da Ribeira de Muge, construído para ser um espaço de lazer da Corte, no ano de 1511, o período de maior glória da História Nacional, tem sido tão maltratado pela Câmara de Almeirim.
Que pelo menos fique registada a indignação de um cidadão que conhece a história deste monumento.
Estado a que chegou o Paço em 2004.
Estaleiro de obras em cima do monumento histórico (2009).
Vista actual do interior do pátio.
Maqueta do paço(interior).
terça-feira, 28 de maio de 2013
Academia da Ribeira de Muge - Folclore genuíno
Paço dos Negros pode orgulha-se de ter guardado das suas raízes culturais, do século XVI?, o seu ex-libris, esta "Dança do Fidalgo", genuína, uma pérola que, segundo opiniões avalizadas, pode competir a nível mundial, com outras danças folclóricas e étnicas.
Jovens interpretando a Dança do Fidalgo
Dança do Fidalgo (Interpretação: Jerónimo Baptista)
(clique para ouvir)
domingo, 14 de abril de 2013
Contos do Rei Preto
Finalmente, está quase a chegar o livro que nos traz de volta o Negro fundador de Paço dos Negros.
Do livro de Horas de D. Manuel I.
Índice
Preâmbulo 7
O Rei Preto, D. Manuel e a cama dos gatos pretos 9
O Rei Preto e os gatos do Diabo 10
Gil Vicente e o Rei Preto 13
O Rei Preto e os negros bem martelados 16
O Rei Preto, o Real Bando e Alcácer-Quibir 18
D. Sebastião, o Rei Preto e a Corte dos bajuladores 20
O Rei Preto, a penitência e a Ponte do Bispo 21
O Rei Preto e os negros que queriam matar o moinho 22
O Rei Preto e os escravos que se julgavam mortos 23
A revolta do Rei Preto, ou o rei que ia nu 25
O Rei Preto e as argolas de atar as bestas dos fidalgos 30
O Rei Preto, as Justiças e a Fonte D’el-rei 32
O Rei Preto, o Negro boçal e a prenha 36
O Rei Preto e a branca 38
O Rei Preto, o Frade e o bacio da ‘Vó velha 41
O Rei Preto e o pretinho que gostava de molhar a sopa 44
O Rei Preto e o Capelão que media o tempo ao cesto 46
O Rei Preto, a Rainha e as botas novas 49
O Rei Preto, o Cigano e o Santo António 51
O Rei Preto e a pescaria 53
O Rei Preto, o Fidalgo arruinado e o beija-mão da rainha 54
O Rei Preto e o Moinho dos Frades 56
O Rei Preto e os carvoeiros 59
O Rei Preto, o Cura, o cuco e a gaga 61
O Rei Preto, a Rainha, e as galinhas alcoviteiras 63
O Rei Preto e o fidalgote malparido – ou a greve no Paço 65
Outros Contos do Paço 67
De como nasceu o Paço da Ribeira de Muge 69
Tomé, o conde e as condessinhas 70
A Preta Maria e o príncipe 71
Lenda do Negro Jack da Raposa 74
De como medrou a nobre fidalguia da Realenga Vila 78
Os Doze Passos das Negras 80
Lenda da Fonte dos Tanques 82
O segredo da Capela do Paço 84
O cabreiro, a rainha e o trem 85
O casamento da escrava Isabel da Ribeira 87
O ermitão do Alto Frade 90
As éguas do Muge e os Montes da Borra de Ferro 91
O segredo do Paço 94
Temos os fidalgos no Paço! 97
Memórias orais e Bibliografia 98