A Ribeira de Muge fica situada na orla de um dos maiores desertos humanos de Portugal, a floresta de Entre-Muge-e-Sorraia. Esta região pode exibir ainda hoje uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente a rude cultura dos pastores, cabreiros e dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia persegue, "subindo ao povo", como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e divulga.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
A escola em Paço dos Negros
Um excerto do livro Paço dos Negros da Ribeira de Muge-A Tacubis Romana
A escola em Paço dos Negros, segundo os nossos informantes, foi inaugurada no ano de 1948, com uma turma. Era docente a professora Maria Forjó Casimiro. Em 1949 havia duas turmas. Eram docentes Maria Antónia Almeida e Maria de Jesus Borrego. Esta, a residir na localidade, dava aulas nocturnas a adultos. Foram estas as primeiras professoras a dar aulas em Paço dos Negros em regime de escolaridade obrigatória até à terceira classe. Anteriormente, desde os anos 30, quem quisesse frequentar a Escola tinha que se deslocar a Fazendas de Almeirim.
Não sendo obrigatório, poucas crianças, e quase exclusivamente os rapazes, começaram a frequentar estas aulas. Quer pela falta de meios, mentalidade dos pais, também eles iletrados, quer pelas distâncias que as crianças tinham de percorrer a pé, apenas uma minoria frequentou, ainda que por curtos e por vezes irregulares períodos, a escola em Fazendas de Almeirim.
87 A – Diploma de aluno entrado na escola aos 12 anos.
87 B – Turma Escolar da “Senhora Almeida”. 1951-52
87-Turma escolar de 1952-53. Maria de Jesus Borrego. (10-12-1952)
A escola em Paço dos Negros, segundo os nossos informantes, foi inaugurada no ano de 1948, com uma turma. Era docente a professora Maria Forjó Casimiro. Em 1949 havia duas turmas. Eram docentes Maria Antónia Almeida e Maria de Jesus Borrego. Esta, a residir na localidade, dava aulas nocturnas a adultos. Foram estas as primeiras professoras a dar aulas em Paço dos Negros em regime de escolaridade obrigatória até à terceira classe. Anteriormente, desde os anos 30, quem quisesse frequentar a Escola tinha que se deslocar a Fazendas de Almeirim.
Não sendo obrigatório, poucas crianças, e quase exclusivamente os rapazes, começaram a frequentar estas aulas. Quer pela falta de meios, mentalidade dos pais, também eles iletrados, quer pelas distâncias que as crianças tinham de percorrer a pé, apenas uma minoria frequentou, ainda que por curtos e por vezes irregulares períodos, a escola em Fazendas de Almeirim.
87 A – Diploma de aluno entrado na escola aos 12 anos.
Alguns pais, tentando que seus filhos aprendessem as primeiras letras, pagavam, por vezes, a uns indivíduos instruídos que, quantas vezes por razões políticas, de algum modo marginais à sociedade, na terra apareciam esporadicamente e, a troco de uns precários tostões, ensinavam as crianças que frequentavam a escola nos intervalos dos trabalhos agrícolas.
87 B – Turma Escolar da “Senhora Almeida”. 1951-52
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Paço dos Negros e a sua cultura diferente e genuína
À CONSIDERAÇÃO DOS MEMBROS DA ACADEMIA E POPULAÇÃO EM GERAL
Dada uma certa desinformação, derivada de um certo caciquismo que impera nesta terra (Paço dos Negros) e neste concelho (Almeirim), e que vive à custa de uma certa ignorância cultural (e do orçamento, claro), impõe-se um esclarecimento:
Porque nasceu a Academia da Ribeira de Muge?
A Academia, com sede em Paço dos Negros, aberta às populações vizinhas, nasceu de uma necessidade de preservar a cultura da Ribeira de Muge. Toda a cultura, em todas as suas vertentes, e da não-resposta dada pelas associações culturais existentes, mormente em Paço dos Negros.
Finalidades da Academia da Ribeira de Muge.
Dado o atraso temporal com que o troço médio deste vale da Ribeira de Muge teve acesso a contactos externos mais intensos, manteve e pode exibir hoje, ainda, esta região uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia recolheu, subindo ao povo, como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e quer apresentar. Quer apresentar, mas não de qualquer maneira. Com demasiados vícios, o folclore salazarista, resultantes de um passado próximo nem sempre dignificante, toda a peça que a Academia apresente tem de passar pelo crivo científico. Só assim se pode elevar e dignificar a nossa cultura. Não só dignificar, mas sublimar a cultura que os nossos mais velhos criaram e recriaram.
Cada exibição deve ter por finalidade tornar presente e actual (como que tornar sagrado), um determinado momento passado da cultura dos nossos antepassados.
Cada elemento deve saber dar as razões da cultura que carrega aos ombros, aos vários níveis: musical, de poesia popular, de danças, de trajes.
Cada elemento deve dignificar o significado da palavra folclore (toda a cultura popular) que, em Portugal tem hoje uma carga negativa e achincalhante, é associada a coisa de pouco préstimo, de coisa mais ou menos improvisada, mais ou menos fantasista, mais ou menos “folclórica”. (isso é folclore, dizem por exemplo, os políticos).
Um membro desta Academia não deve achar correcto, por exemplo, que se envergue mais o traje regional, em dia de Carnaval. O traje, tal como as danças e as melodias, devem ser genuínos, e devem ser um símbolo da nossa cultura, a alma daquilo que somos como pessoas e como comunidade. O traje deve ser respeitado e usado, com orgulho, nos dias de maior lustre para a comunidade: Uma inauguração, uma homenagem, um dia de festa, uma visita de figura ilustre, etc. Só assim, conhecendo e usando o passado para construir um futuro de progresso, valerá a pena estarmos nesta aventura.
(clique para ouvir uma recolha que deverá remontar a alguns séculos atrás)
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Os negros da Ribeira de Muge e o Rei Preto.
Extraído do Livro Paço dos Negros da Ribeira de Muge - A Tacubis Romana
Será que o Rei Preto é apenas Lenda?
CC, 2, mac 163, fol.23
Assinatura de Fernando Frade - o Rei Preto
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Uma pequena lembrança e homenagem
Hoje que é dia de S. Domingos. Um período histórico que merece ser lembrado e conhecido.
Durante mais de 300 anos, os frades de S. Domingos do Convento de Nossa Senhora da Serra de Almeirim, vieram ao Paço dos Negros dizer missa, na capela de S. João Baptista, “todos os domingos e dias santos”, conforme o atesta este doc. entre muitos.
Subscrever:
Mensagens (Atom)