A Ribeira de Muge fica situada na orla de um dos maiores desertos humanos de Portugal, a floresta de Entre-Muge-e-Sorraia. Esta região pode exibir ainda hoje uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente a rude cultura dos pastores, cabreiros e dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia persegue, "subindo ao povo", como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e divulga.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Descamisada de Cintinhos



Um pequeno apontamento da "Descamisada de Cintinhos", integrado na 2ª Parte do programa de 16 de Janeiro. A primeira parte foi preenchida com o Romanceiro medieval da ribeira de Muge.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Romanceiro medieval - O anel de sete pedras

A Academia Itinerarium XIV – Ribeira de Muge não nasceu para exibir mais umas folclorices, mais ou menos deturpadoras da realidade, mais ou menos artísticas, mais ou menos circenses, mas para ser a fiel depositária de todo o rico espólio cultural da região onde se insere, a Ribeira de Muge.


Para tal, a pretensão da Academia não é tanto andar de palco em palco, quantas vezes por longas distâncias, em condições precárias, em esforços quantas vezes inglórios, em exibições quantas vezes pouco dignas e dignificantes, mas tornar Paço dos Negros, a sua Academia, um centro de cultura, onde os interessados em conhecer, estudar, investigar, simplesmente divertir-se, saibam onde o podem fazer, recreando-se e enriquecendo-se culturalmente. Um palco onde regularmente se possa assistir a uma apresentação temática, sempre variada, representativa do seu vasto e profundo património cultural.

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Romance cuja temática medieval nos remete para narrativas que remontarão aos séculos xii-xiii, ao tempo das cruzadas.
 Recolhido em Paço dos Negros, junto de Jesuína Vitória, que é hoje, passados os 80 anos, sem dúvida,  em todo o país, uma das mulheres mais ricas no conhecimento do romanceiro nacional.

domingo, 2 de janeiro de 2011

O Romanceiro da Ribeira de Muge

A Academia Itinerarium XIV - Ribeira de Muge, integrado no programa das comemorações dos 500 anos do Paço Real da Ribeira de Muge, apresenta algumas peças do romanceiro medieval recolhidas localmente.

Com sede em Paço dos Negros, é esta a missão da Academia: pesquisar, recolher, registar, divulgar, dignificar todo o património histórico e cultural da Ribeira de Muge, seja património material ou imaterial.

Programa de Janeiro:

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sábado, 25 de dezembro de 2010

Maria Trindade da Silva

Maria Trindade da Silva, 1923-2010

Fechou-se uma biblioteca em Marianos.

Obrigado Maria da Silva, por ter franqueado "a porta da sua biblioteca" a este pobre escrevinhador.

Descanse em Paz.


Pelo significado dos versículos seguintes, que Maria da Silva, iletrada, nos cantou, o tema deste romance remontará ao longínquo século XII, ao tempo das cruzadas à Terra Santa. Atentemos:


– Dizei-me vós capitão, com a sua formosa armada,

Se viste o meu marido, em terra que Deus pisava.

– Andam tantos cavaleiros, naquela terra sagrada…





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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Paço dos Negros e a sua Academia


À CONSIDERAÇÃO DOS MEMBROS DA ACADEMIA E POPULAÇÃO EM GERAL

Dada uma certa desinformação, derivada de um certo caciquismo que impera nesta terra (Paço dos Negros) e neste concelho (Almeirim), e que vive à custa de uma certa ignorância cultural (e do orçamento), impõe-se um esclarecimento:

Porque nasceu a Academia da Ribeira de Muge?

A Academia, aberta às populações vizinhas, nasceu de uma necessidade de preservar a cultura da Ribeira de Muge. Toda a cultura, em todas as suas vertentes, e da não-resposta dada pelas associações culturais existentes, mormente em Paço dos Negros.

Finalidades da Academia da Ribeira de Muge.

Dado o atraso temporal com que o troço médio deste vale da Ribeira de Muge teve acesso a contactos externos mais intensos, manteve e pode exibir hoje, ainda, esta região, uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia recolheu, subindo ao povo, como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e quer apresentar. Quer apresentar, mas não de qualquer maneira. Com demasiados vícios, o folclore, resultantes de um passado próximo nem sempre dignificante, toda a peça que a Academia apresente tem de passar pelo crivo científico. Só assim se pode elevar e dignificar a nossa cultura. Não só dignificar, mas sublimar a cultura que os nossos mais velhos criaram.

Cada exibição deve ter por finalidade tornar presente e actual (como que tornar sagrado), um determinado momento passado da cultura dos nossos antepassados.

Cada elemento deve saber dar as razões da cultura que carrega aos ombros, aos vários níveis: musical, de poesia popular, de danças, de trajes.

Cada elemento deve dignificar o significado da palavra folclore (toda a cultura popular) que, em Portugal tem hoje uma carga negativa e achincalhante, é associada a coisa de pouco préstimo, de coisa mais ou menos improvisada, mais ou menos fantasista, mais ou menos “folclórica”.

Um membro desta Academia não deve achar correcto, por exemplo, que se envergue mais o traje regional, em dia de Carnaval. O traje, tal como as danças e as melodias, devem ser genuínos, e devem ser um símbolo da nossa cultura, a alma daquilo que somos como pessoas e como comunidade. O traje deve ser respeitado e usado, com orgulho, nos dias de maior lustre para a comunidade: Uma inauguração, uma homenagem, um dia de festa, uma visita de figura ilustre, etc. Só assim, conhecendo e usando o passado para construir um futuro de progresso, valerá a pena metermo-nos nesta aventura.

(clique para ouvir)(solista Jesuína Mendes)