A Ribeira de Muge fica situada na orla de um dos maiores desertos humanos de Portugal, a floresta de Entre-Muge-e-Sorraia. Esta região pode exibir ainda hoje uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente a rude cultura dos pastores, cabreiros e dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia persegue, "subindo ao povo", como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e divulga.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Recolhas da Academia da Ribeira de Muge


Nos anos 40 do século passado, o grande Manuel Certeza, fazia sucesso por toda esta ribeira de Muge.




Manuel Certeza

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Rituais de trabalho

A partir dos 10 anos, no desejo de passar ao rol das mulheres, de não serem “cortadas” no preço, as raparigas sujeitavam-se ao ritual da aguadeira.


Dois casos que tiveram sortes diversas. Quanto vale uma boa cantiga!


terça-feira, 8 de junho de 2010

Na senda dos negros benins da Ribeira de Muge

As relações com o Benim vinham-se desenvolvendo desde o final do século xv. Nos anos de 1514-16, houve um incrento destas relações, documentadas que estão.

Entre a data da escrita da longa Carta em que o rei D. Manuel, de Almeirim, escreve ao oba de Benim, acusando a recepção do seu embaixador: ATT-Fragmentos, Maço 9:

«Poderoso e nobre Rei do Benin. Nós Dom Manuel, por graça de Deus Rei de Portugal, e dos Algarves, dáquém e dalém mar, em África, Senhor de Guiné, e da conquista, navegação, comércio de Etiópia, Arábia, Pérsia, e da Índia. Vos fazemos saber que ouvimos Dom Jorge, vosso embaixador, em todo o que de vossa parte nos falou, e muito nos prouve com sua vinda a nós.../... Por que quando virmos que nas coisas de cristandade vos pondes como bom e fiel cristão, não haverá coisa em nossos Reinos com que não folgaremos de vos aproveitar, assim de armas, como bombardas e todas as outras coisas da guerra, para contra vossos inimigos, de que temos tantas como vos dirá Dom Jorge vosso embaixador. As quais agora vos não enviamos, como ele nos requereu…/…Scripta ê Allmeirim, a XX dias do mes de novenbro de 1514.
Rey»

... E a assinatura de D. Jorge, fidalgo e embaixador do Benim, em como recebe os vestidos ofertados pelo rei, decorre mais de um mês. Um mês que certamente se demorou por Almeirim, e Paço da Ribeira. (CC, 1, maço16, doc.118):

«Rui Leite mandamos vos que deis a D. Jorge embaixador del-rei do Benim um capuz pelote e calças de pano vermelho de preço de duzentos réis côvado e um gibão de chamelote dalguma cor e um barrete vermelho todo feito e tirado da costura e outro tal vestido dai a dom António seu companheiro que com ele veio e dai-lhe os ditos vestidos sem esperardes por a folha ordenada e despacham nos logo porque se hão de partir e por este alvará com seus conteúdos mandamos a vós tabeliães que vo-lo levem em conta. Feito em Almeirim a 21 de Novembro o secretário a escrevi de 514 anos.

Receberam os ditos D. Jorge e D. António de Rui Leite os vestidos acima contidos feitos e tirados da costura e seus barretes de 180 réis receberam em Lisboa a 23 de Dezembro de 514.

[ass]: Dom  Jorge e Dom António                       Jorge Correia»


domingo, 6 de junho de 2010

A Coutada da Ribeira de Muge

Documento de criação da "Coutada Nova de Almeirim".
Foi criada tal como o Paço, "para desenfadamento" do rei D. Manuel I.

Criada em 1514, a 8 de Fevereiro.  Diogo Rodrigues, primeiro almoxarife de Paço, foi nomeado, oficialmente a 9 de Fevereiro.


LN, LIV.12 DA ESTREMADURA, FOL. 11, ROLO 1008.
(apagados temas laterais, em photoshop).




Marco encontado na estrema da Coutada da ribeira de Muge, cumeada da ribeira dos Grous, fronteira da freguesia de Raposa com a freguesia de S. José da Lamarosa.


sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Aiveca

Um caso acontecido nas charnecas entre Paço dos Negros e a Lamarosa de Coruche, em meados de século XX.
As mulheres, mais uma vez, logo cantaram a desdita de uma rapariga. (canta Vitorina Frazão-Raposa).