A Ribeira de Muge fica situada na orla de um dos maiores desertos humanos de Portugal, a floresta de Entre-Muge-e-Sorraia. Esta região pode exibir ainda hoje uma cultura com traços característicos muito próprios, mormente a rude cultura dos pastores, cabreiros e dos negros que aqui habitaram. São estas especificidades que a Academia persegue, "subindo ao povo", como nos diz o grande Pedro Homem de Melo, recolhe, estuda e divulga.

domingo, 30 de março de 2014

Gago Coutinho e Sacadura Cabral, quem se recorda?

Encontrei há dias esta pérola, "perdida" aqui por estas terras da Ribeira de Muge. Quem diria?. Como faz hoje anos (30 de Março de 1922) que Gago Coutinho e Sacadura Cabral iniciaram a sua histórica viagem, aqui fica a recordação.

Clique para ouvir:

https://dl.dropboxusercontent.com/u/4453889/Gago%20Coutinho.mp3

sábado, 22 de março de 2014

Dia dos Moinhos Abertos

Preparação Dia dos Moinhos Abertos, a 5, 6, e 7 de Abril.
Pela primeira vez o concelho de Almeirim, com o moinho do Fidalgo, no Paço Real da Ribeira de Muge, em Paço dos Negros, vai fazer parte deste evento a nível nacional.

Olhem, quem corre por gosto... e só assim vale a pena viver a vida.




Academia Itinerarium XIV da Ribeira de Muge começou hoje a preparar o Dia dos Moinhos Abertos, procedendo à limpeza do Moinho do Fidalgo, que irá albergar este evento nos próximos dias 5, 6 e 7 de Abril. Foi limpo tanto o interior como parte do exterior.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Nos 500 anos da conclusão do Paço Real da Ribeira de Muge

Com a devida vénia do blog: http://embuscadopatrimonio.blogspot.pt/2014/03/iii-o-paco-desaparecido-nos-500-anos-da.html

Uma parte substancial do Paço Real da Ribeira de Muge desapareceu. A parte desaparecida é talvez aquela que poderia ter um interesse maior: a parte residencial. Contudo, foram postos a vista os vários alicerces existentes. Castelo (2012) infere que é possível que o paço tenha tido apenas um piso, sendo por isso considerado uma construção térrea com “pequenos quartos com lareira e salões um pouco maiores, o que não sugere um ‘piso nobre’ e um ‘piso privado’” (Castelo, 2012: 10).

                                                          
 Aguarela que reconstitui o interior do Paço, de Maria Nélia Castelo.

Visto do pórtico de entrada, temos o pátio, à volta do qual corre um corredor à esquerda e em frente, o 
que sugere que seja esta a zona residencial (sendo a que mais desapareceu). Não existindo esse mesmo 
corredor à direita, e não nos esquecendo que as montarias e caçadas foram o principal e mais bem 
documentada razão para a construção deste paço, poderiam servir estes espaços para 
apoio a esta mesma atividade. Cavalariças, por exemplo seriam um espaço essencial à época, tanto mais que, 
não nos devemos esquecer, que o almoxarife que aqui tinha o seu ofício era obrigado a ter um cavalo, 
como referimos aqui

Aguarela que reconstituí o alçado sudeste do Paço, de Maria Nélia Castelo. São visíveis quatro bancos que se 
sabe que estiveram naquele local, ou que ainda lá estão.

Contudo, para além desta zona mais, digamos assim, residencial do paço, teremos de ter em consideração aquilo 
que se encontrava para lá dele. Em primeiro lugar, no alçado sudeste, virado para a Vala do Pomar, Castelo (2012)
 defende a existência de um corredor onde existiram vários bancos forrados a azulejos. Este possivelmente
 assentaria na estrutura ainda hoje existente, que suporta a barreira para a vala, e na qual são visíveis bicas de
 escoamento das águas.

Aguarela que reconstituí o alçado sudeste do Paço, de Maria Nélia Castelo. São aqui visíveis a Vala 
do Pomar, 
assim como os tanques de água e a cerca do Pomar Real. Faltará aqui a representação do Moinho de Cima, 
já fora da cerca, mas junto desta.

Para além disso, temos ainda a zona do pomar, e os tanques de água. O pomar era cercado, sendo a cerca 
ainda visível em alguns pontos. Na nomeação dos almoxarifes é frequentemente referida a existência de 
hortelões que estes eram obrigados a manter no paço. Seria aqui que exerceriam a sua função.